
O governo federal prepara a edição de uma Medida Provisória para alterar a proposta. Presidente da Câmara diz que não votará a MP
AGÊNCIA BRASIL
Após mais de sete horas de suspensão, o plenário do Senado aprovou na noite desta terça-feira (11/7) o texto-base da reforma trabalhista com 50 votos favoráveis e 26 contrários. A proposta altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo mudanças como a prevalência do acordado entre patrões e empregados sobre o legislado nas negociações trabalhistas.
Da mesma forma como veio da Câmara dos Deputados, a reforma segue agora para sanção do presidente Michel Temer (PMDB).

1/10Amplia as possibilidades de terceirização, permitindo que a modalidade seja usada na atividade principal da empresaIstok

2/10Caso perca ações trabalhistas, o trabalhador arcará com os custosIstok

3/10Cria a modalidade de trabalho "intermitente". Ou seja, o trabalhador será remunerado de acordo com o período trabalhado (horas ou dias), não precisando ter continuidadeIstok
PUBLICIDADE

4/10O projeto estabelece as condições do "teletrabalho" ou home office, quando o trabalhador não faz a atividade presencialmente na empresaIstok

5/10O tempo que o trabalhador leva para chegar até o trabalho não será computado como horas trabalhadas, mesmo nos casos em que a empresa faça o transporte

6/10Acaba com a contribuição sindical obrigatóriaIstok

7/10Mulheres grávidas ou lactantes poderão trabalhar em condições insalubres, desde que apresentem atestado médico autorizando o exercício da profissãoIstok

8/10Férias poderão ser divididas em até três partesIstok

9/10Férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados, intervalos, plano de cargos e salários poderão ser negociados entre trabalhadores e empresas, sendo que os acordos firmados valerão mais do que a leiIstok

10/10Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), salário-mínimo, 13º salário, seguro-desemprego, benefícios previdenciários, licença-maternidade não podem ser negociadosIstok
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, afirmou nesta quarta-feira (12) que Temer vai sancionar a reforma na quinta-feira (13). Ele acrescentou que o governo federal deve editar uma Medida Provisória com mudanças no texto.
MAIS SOBRE O ASSUNTO
“Esse compromisso será cumprido, todos os compromissos que foram sinalizados pelo presidente e pela própria base do governo, através de um documento encaminhado pelos senadores, aqueles pontos estão sendo tratados uma a um, para serem, através de uma medida provisória, pacificados. E aprimorar a segurança para o trabalhador”, afirmou Nogueira, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Votação
A sessão chegou a ser iniciada às 11h, mas senadoras da oposição ocuparam a Mesa e impediram que o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), conduzisse os trabalhos, que foram retomados apenas no início da noite.
A sessão chegou a ser iniciada às 11h, mas senadoras da oposição ocuparam a Mesa e impediram que o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), conduzisse os trabalhos, que foram retomados apenas no início da noite.
Por mais de seis horas, as parlamentares permaneceram no Plenário, mesmo com as luzes apagadas. Com críticas ao mérito da reforma e ao modo como ela seria apreciada, as senadoras da oposição rejeitaram por diversas vezes sugestões de acordo para que a votação fosse retomada.
Após uma série de bate-bocas e tentativas de negociação, o presidente do Senado voltou ao Plenário no início da noite e, com um microfone sem fio, anunciou que retomaria o comando da sessão de qualquer jeito. Com duras críticas à posição das senadoras, Eunício Oliveira afirmou que sempre buscou cumprir os acordos, garantindo inclusive discussões da matéria para além das previsões regimentais. “Nem a ditadura militar ousou ocupar a Mesa do Congresso Nacional. Isso não existe no regime democrático”, reclamou.
DestaquesCom 50 votos favoráveis, 26 contrários e uma abstenção, o texto-base do projeto de lei foi aprovado por volta das 19h50. No entanto, os senadores continuaram a discussão por mais duas horas e 30 minutos para analisar destaques que buscavam alterar pontos específicos do projeto.
As sugestões previam a exclusão de mudanças como a regulamentação do trabalho intermitente e a obrigação de que mulheres grávidas e lactantes apresentem atestado médico para que sejam afastadas de atividades insalubres.
Um dos destaques tentava derrubar a possibilidade do trabalho intermitente, que permite ao empregador contratar e remunerar os trabalhadores apenas durante o tempo da prestação de serviços, excluindo períodos de inatividade. Outra proposta de mudança visava manter a legislação trabalhista acima das convenções e acordos coletivos de trabalho. No entanto, todas essas propostas foram rejeitadas.

1/12Reprodução/Agência Senado

2/12Reprodução/Agência Senado

3/12Reprodução/Agência Senado
PUBLICIDADE

4/12Reprodução/Agência Senado

5/12Reprodução/Agência Senado

6/12Reprodução/Agência Senado

7/12Geraldo Magela/Agência Senado

8/12Marcos Oliveira/Agência Senado

9/12ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO

10/12ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO

11/12Roque de Sá/Agência Senado

12/12Marcos Brandão/Senado Federal
Vetos à vistaPara que a proposta não voltasse a ser analisada pela Câmara dos Deputados, os senadores governistas não aceitaram nenhuma mudança de mérito no texto e rejeitaram também as emendas apresentadas de modo individual. Mas como resposta aos pontos polêmicos, há um compromisso do presidente Michel Temer de vetar seis pontos da reforma. A ideia é aperfeiçoar esses itens para que eles sejam reapresentados via medida provisória ou projeto de lei.
Uma dessas questões é a que aborda o tratamento da gestante e da lactante em ambiente insalubre. O texto prevê que a trabalhadora grávida seja afastada automaticamente, durante toda a gestação, apenas das atividades consideradas insalubres em grau máximo. Para as de graus médio ou mínimo, ela só sairia a pedido médico.
Em relação ao trabalho intermitente, os relatores recomendaram veto aos dispositivos que regulamentam a prática. Nessa modalidade, são alternados períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador. Segundo parlamentares que relataram a matéria, o melhor seria regulamentar o tema por medida provisória, estabelecendo os setores em que esse tipo de trabalho pode ocorrer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário