segunda-feira, 5 de março de 2018

Barroso autoriza quebra do sigilo bancário de Temer

Em nota, o Palácio do Planalto informou que Temer dará "total acesso" a seus extratos bancários

Temer: Temer é investigado sob suspeita de ter editado um decreto sobre o setor portuário para beneficiar a empresa Rodrimar (Adriano Machado/Reuters)
Brasília – O Palácio do Planalto disse nesta quarta-feira, em nota oficial, que o presidente Michel Temer dará “total acesso” a seus extratos bancários, após ser determinada a quebra de seu sigilo no chamado inquérito dos portos.
A quebra de sigilo foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, relator do caso no STF, e a decisão foi criticada pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que a classificou de “indevida”.
“O presidente Michel Temer solicitará ao Banco Central os extratos de suas contas bancárias referentes ao período mencionado hoje no despacho do eminente ministro Luís Roberto Barroso. E dará à imprensa total acesso a esses documentos. O presidente não tem nenhuma preocupação com as informações constantes em suas contas bancárias”, diz a nota oficial.
Após a divulgação da nota, Marun disse que, apesar de decidir abrir seus extratos, Temer ficou indignado com a decisão de Barroso.
“Presidente vai divulgar os seus extratos, não tem nada a responder, mas encontra-se contrariado e indignado com essa decisão que consideramos indevida, principalmente em função do fato de que esse inquérito não possui base fática alguma para justificar uma medida como essa”, disse Marun.
O ministro disse que o presidente ainda não foi notificado da decisão e que a informação sobre a quebra do sigilo chegou ao Palácio do Planalto por meio da imprensa.
“Estamos entendendo que isso é real, fomos comunicados por vários órgãos de imprensa. Não fomos ainda notificados disso, mas também entendemos que as notícias são verdadeiras e que o pedido de quebra de sigilo bancário realmente ocorreu”, disse.
“Esse é um inquérito completamente fraco, onde inexistem quais indícios para que isso resulte em uma decisão dessas em que sendo tomada em relação ao presidente da República. Revela uma falta de cautela que nos estranha”, acrescentou Marun, que disse que a decisão gerou “indignação e constrangimento ao presidente e a todos nós”.
Temer é investigado no inquérito sob suspeita de ter editado um decreto que alterou regras do setor portuário com o objetivo de beneficiar a empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos, em São Paulo.
O presidente nega quaisquer irregularidades e já afirmou que o decreto foi resultado de um grupo de trabalho do governo e não beneficiou a Rodrimar.

Doria chega para reunião do PSDB sob gritos de “João governador”

Um grupo de parlamentares tucanos articula a inscrição dele nas prévias para evitar que ele se desgaste lançando seu nome espontaneamente.

São Paulo – Enquanto o diretório estadual do PSDB discute a data de realização das prévias tucanas para escolher o candidato a governador de São Paulo, o prefeito da capital paulista, João Doria, chegou ao encontro sob gritos de “João Governador” e grande confusão entre grupos contrários em relação às datas.
Doria defende a manutenção das prévias nos dias 18 e 25 de março, enquanto outros pré-candidatos querem as primárias em 25 de março e 2 de abril. Doria ainda não admite ser pré-candidato. Um grupo de parlamentares tucanos articula a inscrição dele nas prévias para evitar que ele se desgaste lançando seu nome espontaneamente.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Tiririca faz primeiro discurso na Câmara para dizer que está 'abandonando a vida pública'

Segundo a assessoria, deputado não pretende disputar novas eleições. Tiririca está no segundo mandato e diz estar 'bem chateado' com a política.



Por Fernanda Calgaro, G1, Brasília
 
Na Câmara, Tiririca se diz decepcionado: 'É uma vergonha'
O deputado federal Tiririca (PR-SP) subiu à tribuna da Câmara nesta quarta-feira (6) para fazer um discurso no qual disse estar com "vergonha" da política e, por isso, está "abandonando a vida pública".
No discurso, o deputado não esclareceu se a afirmação significa que ele renunciará ou que deixará de disputar eleições. Procurada, a assessoria de Tiririca informou que ele não pretende mais se candidatar.
Tiririca foi o segundo deputado mais votado no país em 2014, com mais de um milhão de votos.
"Subo nesta tribuna pela primeira vez e pela última vez, não por morte, [mas] porque estou abandonando a vida pública", disse.
O deputado também acrescentou: "É triste e o que vi nesses sete anos, saio totalmente com vergonha, não vou generalizar, não são todos, tem gente boa como em qualquer profissão".
Este foi o primeiro discurso de Tiririca desde que ele foi eleito pela primeira vez, em 2010.
'É triste e o que vi nesses sete anos, saio totalmente com vergonha', diz Tiririca

Assiduidade

Tiririca ressaltou ainda ser, segundo ele, um dos deputados mais assíduos na Câmara. No discurso, ele afirmou não ter feito "muita coisa", mas atribuiu isso à "mecânica louca" do Congresso Nacional.
"Estou saindo triste para caramba, estou muito chateado, muito chateado mesmo com a nossa política, com o nosso parlamento. Eu, como artista popular que sou e político que estou, estou bem chateado. Não com os meus sete anos aqui na política. Não fiz muita coisa, mas, pelo menos, fiz o que sou pago para fazer, estar aqui e votar de acordo com o povo", declarou.
Para Tiririca, o Congresso brasileiro "trabalha muito e produz pouco".
Tiririca faz primeiro discurso na Câmara para dizer que está 'abandonando a vida pública'

Preconceito

A um plenário esvaziado, com poucos deputados presentes, Tiririca disse ter sofrido preconceito no período em que esteve na Câmara. Na opinião dele, esse preconceito aconteceu por ele ser "humilde, do povo".
"Sofri preconceito. Ontem mesmo, ao chegar, um colega... colega, não. A gente discutiu, pensei até que ele ia me agredir. Depois, fui levantar a ficha dele e o cara é mais sujo do que pau de galinheiro, tem mais de cinco processos por desvio de dinheiro público. E aí vem falar o que, por eu ser um cara humilde, um cara do povo?”, questionou.
Tiririca também avaliou que os parlamentares são bem pagos, têm "mordomia" e, por isso, devem fazer jus à remuneração que recebem.
Tiririca afirmou, ainda, andar de cabeça erguida pelos aeroportos, o que, na opinião dele, muitos parlamentares não fazem com receio da população.
"Ando nos aeroportos de cabeça erguida, mas eu acho que muitos dos senhores não têm essa coragem, de dizer que são parlamentares, porque é uma vergonha, é vergonhoso", disse.